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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Utilidade Pública


Fármacia de Arroio do Meio(RS) necessita urgente de farmacêutico.
Você, profissional que está a procura de uma oportunidade ou recém saiu da faculdade e está atrás do 1º emprego,
entre em contato pelo telefone nº (51)3716.1681

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Falsas políticas ambientais?


Vamos começar de novo.
É, pois eu estava escrevendo sobre más ações da AES Sul e adivinhe: acabou a luz.
Deve ser o Big Brother de Orwell de olho em mim.
Vamos lá.
Lamento que não havia ninguém no local para fotografar ou filmar a cena. Funcionários da concessionária elétrica que nos atende, no intuito, presumo, de cumprimento do dever, simplesmente lançaram ao chão a casinha de um João-de-barro e terminaram com a habitação e a vida de 4 filhotinhos que sequer penas tinham.
Isso tudo sob a insistência de um morador em proteger os bichinhos. Lógico que esse cidadão e talvez mais algumas pessoas denunciaram a atitude nada "profissional" desses profissionais e principalmente a falta de humanidade deles. Uma queixa foi protocolada junto ao 0800 da empresa e gostaria que pelo menos ela tivesse a hombridade de, publicamente, manifestar-se sobre o ocorrido.
É até compreensível que muitas vezes as casinhas estejam em locais que possam causar danos maiores à população e que seja necessário retirá-las.
Mas por favor, uma empresa que tem em seu site um link que trata justamente de RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL, deveria ter no mínimo profissionais habilitados a retirar e realocar os animais que estejam causando algum "transtorno". Ou que pelo menos aplicasse treinamentos àqueles que trabalham nesse tipo de serviço. Agora, chegar na maior, derrubar, matar e deixar o seu rastro de maldade exposto pra todo mundo ver, é demais.
Repito a frase de Alexandre Garcia, em palestra diante dos pequenos alunos do Ceat e que deveria servir de exemplo: "Meu avô ensinava que não deveríamos nem tirar uma folha de uma árvore, pois no futuro poderíamos não ter sombra. O que falta hoje é cidadania, respeito com a sua cidade, com o próximo, com o seu local de trabalho."
Pensem nisso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Educação Ambiental


“Penso que a educação ambiental talvez seja uma das mais poderosas armas, ou melhor, ferramentas disponíveis para a salvação de nosso planeta.
É um trabalho que começou pequeno, devagar e com objetivos à longo prazo.
E segue um ciclo de vida parecido com o de uma árvore.
Foi plantada, germinou e agora começa a crescer e apesar de jovem, floresce e dá os primeiros frutos.
Tenho certeza que em idade adulta saberá manter-se viva e forte.
E como toda boa árvore, ao partir, deixará suas raízes fincadas e suas sementes espalhadas por esse planeta que tão bem nos acolhe”.
(Marcelo Petter)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Participe!!!

Final de semana reservado aos bichinhos: DESCO Super&Atacado promove II Feira de Adoção Pet

Que o convívio com animais de estimação traz inúmeros benefícios para as pessoas não é novidade para ninguém, não é mesmo?. Por acreditar nisso e em defesa dos animais abandonados, o Desco Super & Atacado realiza no próximo sábado, 26/11, em parceria com a Monello e a AEPA, sua II Feira de Adoção Pet.

Àqueles que estão em busca de uma companhia de quatro patas podem visitar o DESCO, neste sábado, a partir das 9h e escolher um focinho carente para adotar. Filhotes de cães, de gatos e cachorros adultos estarão em busca de um novo lar!

Vale lembrar que a I edição da Feira, realizada no mês de agosto, foi muito satisfatória: Vinte cãezinhos adotados. “Foi muito bom sentir as pessoas sensibilizadas, ajudando os animais carentes”, comemorou Elisa, Coordenadora da AEPA.

Então anota na agenda: dia 26/11, a partir das 9h, no estacionamento do DESCO (Av. Senador Alberto Pasqualini, 659), II FEIRA DE ADOÇÃO PET DESCO!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Alguém tem que fazer alguma coisa.

Texto de Martha Medeiros publicado na ZH de 20/11/2011 - Brilhante e extremamente pertinente.


Faz muitos anos. Eu estava assistindo a um show do Living Colour, som pesado que fazia tremer as paredes de um pequeno ginásio da cidade. Guitarras, sonzeira, mal dava para se falar com a pessoa ao lado.

Foi quando resolvi dar uma espiada na tal pessoa ao lado: era uma mulher com um bebê de colo que não deveria ter mais do que quatro meses. Fiquei maluca. O que aquela criança fazia em meio a uma poluição sonora que era atordoante até para adultos?

Sem falar que na época se fumava à vontade em ambientes fechados. Não resisti e, entre uma música e outra, perguntei: você acha que esse é um local adequado para um bebê? Ela poderia ter me mandado longe, já que eu estava me metendo onde não devia, mas foi educada e respondeu que sabia que não, porém ela era muito fã do Living Colour e não tinha quem pudesse ficar em casa cuidando da sua filhinha. Respondi: que tal você mesma?

Ela me deu as costas e trocou de lugar.

Essa história me veio à lembrança depois que li no blog de uma leitora um caso semelhante. Ela e a mãe estavam passando de carro por uma rua, quando viram um senhor de cabelos brancos ajoelhado junto à sua bicicleta, tentando consertá-la. As duas viram a cena e ficaram com pena do homem. Comentaram: “Coitado, alguém tem que ajudá-lo”. Rodaram mais uns metros e então frearam bruscamente. “Ora, por que não nós?”

Deram meia-volta e descobriram que o senhor de cabelos brancos não era tão senhor, e sim um rapaz precocemente grisalho, e que ele estava com quase tudo já resolvido. Recusou a ajuda, agradeceu a gentileza e ofertou às duas seu melhor sorriso. O sorriso de quem sabe que pode contar com alguém, seja esse alguém quem for.

Alguém. Uma entidade a quem confiamos a solução de todos os nossos problemas. Alguém tem que dar um jeito no país. Alguém tem que mandar arrumar a máquina da lavar. Alguém tem que pensar no futuro das crianças. Alguém tem que se mexer, alguém tem que providenciar, alguém tem que ver o que está acontecendo. Mas como ele fará isso por você, sendo alguém tão ocupado?

Na hora de falar, nos anunciamos como muito capazes, mas quando a teoria necessita ser posta em prática, somos os primeiros a transferir responsabilidades. Talvez porque preservamos uma certa arrogância de senhor do engenho, que acredita que o servilismo de seus criados é que faz a roda do mundo girar.

Talvez por egoísmo: para que sujar minhas mãos se outro pode fazer o mesmo? Talvez tenha a ver com pouca autoestima: canto de galo, mas no fundo não presto para nada. Seja o motivo que for, estamos sempre esperando que Alguém se apresente para a tarefa que julgamos não ser nossa. Abrimos mão do protagonismo em prol de uma coadjuvância acomodada e maléfica para a sociedade.

Pois é, e agora? Alguém tem que fazer alguma coisa.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Abduzido da Sala Verde

Em resposta ao post anterior, um tanto desalentador, desejo compartilhar a história abaixo que nos transmite esperança num mundo melhor.
Penso que a educação ambiental talvez seja uma das mais poderosas armas, ou melhor, ferramentas disponíveis para a salvação de nosso planeta.
Foi um trabalho que começou pequeno, devagar e com objetivos à longo prazo.
E vejam só o resultado: crianças preocupadas em manter o nosso planeta limpo, verde e habitável.
A Educação Ambiental segue um ciclo de vida parecido com o de uma árvore. Foi plantada, germinou e agora começa a crescer e apesar de jovem, floresce e dá os primeiros frutos. Tenho certeza que em idade adulta saberá manter-se viva e forte. E como toda boa árvore, ao partir, deixará suas raízes fincadas e suas sementes espalhadas por esse planeta que tão bem nos acolhe.

Parabéns aos pequenos do CEAT, aos professores, à Sala Verde e a todos que, mesmo sendo minoria(por enquanto), alimentam a fonte da vida.
É só curtir o texto abaixo, da Camila Hasan, da Sala Verde.

Da história à árvore, da ideia à ação!

Os alunos da turma do 1ª ano do CEAT/Lajeado realizaram nesta manhã o plantio de uma árvore no pátio da escola, acompanhados pela Professora Léa Gehlen e pelas biólogas da Sala Verde Ângela M. Schossler e Regiane H. Mallmann.
O interesse pelo plantio surgiu quando o aluno Théo trouxe para a sala de aula a história do ABC da Vida. No momento em que conversaram sobre a leitura ouvida, tiveram a ideia de realizar o plantio de uma árvore, o primeiro elemento da natureza que foi apresentado no texto.
Como tiveram curiosidade em saber mais sobre as árvores, o aluno Luis Gabriel sugeriu que conversassem com um biólogo... E para contribuir com esse grande elo de educação, aprendizagem e ação, a Sala Verde se fez presente realizando o plantio juntamente com os alunos.
Conheça o texto que motivou a turma a realizar esta ação:

O ABC da Vida
Berenice Gehlen Adams

Devemos amar e respeitar...
a ÁRVORE que dá sombra, que dá frutos.
a BALEIA que vive a nadar pelo mar.
a CACHOEIRA que vive a vida a correr.
o DINOSSAURO que viveu há milhões de anos atrás...
a ECOLOGIA que é a ciência que estuda a vida.
a FIGUEIRA que é uma árvore frondosa e faceira.
a GIRAFA que é pescoçuda como uma garrafa.
o HIPOPÓTAMO que é pesado e gosta de água.
o ÍNDIO que vive em aldeias na mata.
o JACARÉ que rasteja devagar e sabe nadar.
a LARANJA que guarda um suco saboroso.
o MAR que é imenso e tem água salgada.
a NATUREZA que nos encanta com sua beleza.
o OZÔNIO que protege a Terra.
o PLANETA que vive a vida a girar.
o QUATI que tem a cauda comprida com anéis de pêlos pretos.
o RIO que corre para o mar como quem vai se atrasar.
a SELVA que é um lugar habitado por animais selvagens.
a TERRA que é o planeta em que vivemos.
o UNIVERSO que é onde existem planetas, estrelas, asteróides.
o VENTO que é o ar em movimento.
o XAXIM que é planta que tem o tronco formado por raízes.
E ZELAR pelo nosso amado Planeta Terra.





É...

Abaixo, texto publicado no Jornal Informativo de 18/11/2011, pelo leitor Luiz Fernando Foletto.
Hei de concordar com ele. Penso estarmos adentrando numa época já tão bem explorada nos apocalípticos filmes hollywoodianos. Se num "Mad Max" os humanos se digladiavam por água, hoje pessoas concorrem pelo lixo.
Creio que a água será o próximo filão a ser disputado profetizando assim, a 7ª arte.
Resta saber o que os roteiristas criarão ao fim de tudo. Pois vontade mundial em em "retroceder" a um mundo melhor, pouco tenho visto.
Muito menos sentido.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nosso belo ciclo...

Mais história...com Valmir Pezzini


Thales e Conjunto Melódico

Em meados dos anos 60, esse grupo brilhava nos palcos de Guaporé e região, com repertório variado e de ótima qualidade.
Com o passar do tempo, todos os músicos foram migrando para outros segmentos, atrás de crescimento profissional e maior rentabilidade financeira. Isso porque, mesmo gostando muito do que faziam, naquela época os cachês eram parcos, quase simbólicos. Tudo era bem distante dos valores vultuosos e da pirotecnia de hoje.
A garota que aparece na foto, Jumara Pinto, menteve vivos os sonhos daquela época dourada e quase 50 anos depois, em 2010, gravou o CD abaixo num estúdio em Guaporé.


by Valmir Pezzini

Baita recado do TJ!


Quer saber mais da banda? Acessa Banda Made in Brazil

Aos amigos de Floripa (e aos de férias, também!)

Parabéns Imigrante!

Parabéns ao município de Imigrante e ao Projeto Amigos da Leitura pelo Prêmio Fato Literário! Quiçá os demais municípios do estado e brasileiros sigam o exemplo e implementem ideias semelhantes! Olha que não é difícil, não!
Secretários de Cultura, por favor, tomem a frente e cumpram "literalmente", também, suas funções.
"Realizado no pequeno município de Imigrante, distante 136 quilômetros de Porto Alegre, o projeto Amigos da Leitura, aproxima crianças e trabalhadores de empresas locais em torno de uma causa nobre: a literatura. As crianças são os agentes que levam os livros até as empresas. A cada visita, cerca de 30 livros são emprestados."
(extraído de Zero Hora)

Secretários Charles e Ernani representando município

sábado, 12 de novembro de 2011

Blog da Sala Verde

Sugestão de blog àqueles que além da boa música amam a natureza e o que ela nos proporciona: Sala Verde de Estrela
Repleto de matérias super interessantes e que dizem respeito às açoes realizadas aqui,no nosso município de Estrela. Tomei a liberdade de compartilhar um post que achei super bacana sobre um animalzinho que constantemente avistamos por aqui (muitas vezes atropelado) e que por falta de informação é muitas vezes discriminado e maltratado. O texto foi(muito bem)escrito por Camila Hasan e espero que sirva de esclarecimento àqueles que tiverem o privilégio de cruzar com esse "rapaz" por aí.

Ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus)


Na tarde de 09/11 nossa equipe foi chamada por um morador do bairro Alto da Bronze que estava surpreso com a visita de um ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) em sua residência. Esse animal habita florestas tropicais e florestas do bioma mata atlântica, ocorrendo portanto, com frequência, nas matas de nossa região.
Em função da redução dos habitats desses animais, é comum que estes acabem adentrando as cidades e muitas vezes as residências das pessoas, o que para muitos é algo indesejável.
Neste sentido, aproveitamos a ocasião para informar que este animal não é feroz. Apesar de apresentar espinhos em seu corpo, o ouriço-cacheiro é um bicho manso, que se adapta a diferentes ambientes inclusive com a presença de pessoas.


É mentira que o ouriço joga os espinhos nas pessoas. Ele só tenta assustar quem o ameaça, arrepiando os espinhos. Os predadores se machucam é quando tentam morder o ouriço, porque os espetinhos, finos e penetrantes, fixam-se no inimigo e são difíceis de sair, tanto que é comum encontrar cachorros e mesmo onças com o focinho cheio de espinhos de ouriço. Neste sentido, para evitar que seu cachorro se machuque, mantenha-o dentro de seu pátio, pois quando constatada a presença do cão dificilmente o ouriço se arrisca a disputar território com ele.
Percebendo a aproximação do ouriço, não há a necessidade de machucá-lo com auxílio de objetos, é melhor deixá-lo a vontade que provavelmente ele voltará para o lugar de onde veio.
O ouriço às vezes é confundido com o porco-espinho, que vive no chão, mas não existe no Brasil. Ao contrário do porco-espinho, o ouriço-cacheiro quase nunca desce ao chão, porque seu alimento, frutas e brotinhos, ele encontra na copa da floresta e, como as frutas são muito hidratadas, esse animal não precisa sequer beber água, retira a que precisa do próprio alimento.
O animal capturado cuidadosamente pela nossa equipe, foi solto na Unidade de Conservação Parque das Figueiras, a fim de que se ambiente com o local e encontre as condições necessárias para sua sobrevivência.
Em caso de dúvidas entre em contato conosco pelo fone (51) 3981 1043.


Fontes Consultadas:
http://www.alumiar.com/educacao/41-mundoanimal/369-ouricocacheiro.html
http://www.ucs.br/ucs/zoo/plantel/mamiferos/ourico_cacheiro

terça-feira, 8 de novembro de 2011


Nos bailes da vida

Um simples meio-fio de calçada na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, é até hoje um dos clubes mais consolidados do país. Sua estrutura, porém, não é feita de paredes, salões e ambientes sofisticados. É feita sim, e principalmente, da amizade, da música e dos sonhos que ligavam um grupo de garotos nos já distantes anos 60.

O edifício Levy, em Belo Horizonte, reduto da família Borges, foi o cenário onde essa amizade e cumplicidade musical nasceu. Naquele apartamento, o já tímido Bituca (Milton Nascimento) entrava pra família de D.Maricota e seu Salomão como o 12º filho da família. Isso, graças a forte amizade que tinha com os irmãos Márcio e Marilton.

O “quarto dos homens” foi o palco para as primeiras investidas daqueles garotos que desde cedo já liam Marx, Sartre, Simone de Beauvoir, Nietzsche e admiravam o cinema de Truffaut. O pequeno Lô, na época ainda um menino de calças curtas, foi despertado pelas melodias inovadoras e pela voz “celestial” de Milton Nascimento. Não demorou muito para que o menino apresentasse as suas próprias composições. Eles ainda não sabiam, mas estavam formando o embrião de um movimento musical que transformaria o panorama da Música Popular Brasileira: o Clube da Esquina.

Milton Nascimento, Lô e Márcio Borges já fazem parte do imaginário coletivo quando o assunto é amizade, confraria, MPB e Minas Gerais. E a turma não se resumia aos três. O “bando” de cabeças pensantes que passou pelo desenvolvimento de país, pela ditadura militar, a abertura política e a tão sonhada democracia tinha também Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Beto Guedes, Tavinho Moura, Flávio Venturini e Toninho Horta. Isso sem falar nas importantes contribuições de Wagner Tiso, Luiz Carlos Sá e Gutemberg Guarabyra e daquela que praticamente lançou a música mineira e promovia a rapaziada, a gaúcha Elis Regina.

Essas e muitas outras histórias foram passadas para o papel pelas mãos do competente letrista e grande parceiro de Milton Nascimento, Márcio Borges. De forma culta e elegante, o filho nº 2 da família Borges discorre sobre a infância, juventude e as aventuras e desventuras vividas pelos “membros” originais do clube. “Os sonhos não envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”(Geração Editorial, 2010) faz jus ao título de forma categórica e demonstra que os ideais que moveram aquela geração de músicos e compositores ainda são o combustível que os mantêm ativos e cada vez mais criativos.

Uma das parcerias mais fecundas música brasileira, como destaca Márcio, foi entre Milton Nascimento e Fernando Brant. Foi numa daquelas tardes regadas a violão e batidas de limão no bar do Maletta, que Fernando Brant entregou sua primeira composição, feita em cima de uma música de Milton. Nascia ali a primeira das mais de duzentas letras em parceria com Bituca: Travessia, 2º lugar no Festival Internacional da Canção Popular de 1967, realizado no Rio de Janeiro.

“Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar”

Brant foi também o responsável e condutor de outras aventuras dos mineiros. À bordo de um jipe Land Rover 1951, a troupe experimentava o sabor da liberdade e da amizade através das ladeiras de Beagá e das montanhas que circundam a capital mineira. O parceiro de quatro rodas, de tão estimado, ganhou nome e virou música: “Manuel, o audaz”, composição de Toninho Horta e Fernando Brant. Apesar de Brant não admitir, Toninho conta que o amigo costumava tirar o volante do jipe e guardá-lo sob o travesseiro. Até que um dia, ao chegar em casa, o jipe não estava mais lá. Ao tentar roubá-lo, mesmo sem capota e volante, o meliante acabou colidindo numa árvore e encerrando assim, a audaciosa carreira do nobre Manuel. Lendas das Gerais.

Inspiradora foi também a criação de outro clássico do Clube. “Para Lennon e McCartney” nasceu durante uma das macarronadas domingueiras da família Borges. Na sala de piano, Lô apresentava ao seu irmão Márcio e ao amigo Fernando, uma melodia que acabara de compor. O garoto se disse inspirado em John e Paul, que recém haviam anunciado o fim dos Beatles e em outras parcerias que, referenciadas pelos rapazes de Liverpool, faziam a sua música com alma e coração, mesmo sabendo que seus inspiradores jamais as ouviriam.

“Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais”

Da união desses músicos, nasceram dois clássicos da MPB, Clube da Esquina (1972) e Clube da Esquina 2 (1978). Canções como “Clube da Esquina nº 2”, “Manuel, o audaz”, “Todo azul do mar”, “Tudo que você podia ser” e “Paisagem da Janela” catapultaram a carreira da maioria dos integrantes do “clube” e formaram parcerias que nos emocionam até hoje. O “trem azul”, que partiu do Ed. Levy e passou pela famosa esquina ganhou o mundo e deixou a sua marca gravada na história. Cabe salientar que esse movimento nunca morreu. Pode até se apagar vez ou outra. Porém, sempre haverá alguém, músico ou fã que mesmo “com a roupa encharcada e a alma repleta de chão” afirmará que “todo artista tem de ir aonde o povo está” e que “cantando se disfarça e não se cansa de viver nem de cantar”.

Matéria publicada no Jornal Opa, em 07/11/2011