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terça-feira, 3 de maio de 2011

Martha Medeiros, o Ônibus Mágico e o Falando de Rock



Relembrando de um filme que considero um dos melhores que já assisti, "Into the Wild", traduzido aqui para "Na natureza Selvagem", de imediato me veio um texto da Martha Medeiros sobre o mesmo e que reproduzo na íntegra abaixo. Vale o filme, a trilha sonora e o texta de Martha. Três brilhantes maneiras de tocar a alma humana.

O ônibus mágico


Embriagada. Acho que essa é a palavra que resume como saí do cinema depois de assistir a Na Natureza Selvagem, filme brilhantemente dirigido por Sean Penn, que conta a história de Christopher McCandless, um garoto americano de 23 anos que, depois de se formar, larga tudo e sai pelo mundo como um andarilho até chegar ao Alasca, onde pretende levar às últimas conseqüências sua experiência de desprendimento, solidão e contato com a natureza. No meio do caminho, faz novos amigos e realiza trabalhos temporários, tudo isso em meio a um cenário mais que deslumbrante, e sob a trilha sonora de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam.

Aconteceu de verdade. É a história real de Chris, mas poderia ser a história de muitos de nós - alguns que levaram esse sonho adiante anonimamemte e outros (a maioria) que nem chegaram a planejá-lo, mas que sonharam com isso. Quem de nós - os idealistas - não imaginou um dia viver em liberdade total, sem destino, sem compromisso, recebendo o que o dia traz, os desafios que vierem, em total desapego aos bens materiais e em comunhão absoluta com a natureza e as emoções? Só se você nunca teve 20 anos.

Chris, depois de muito trilhar pelas estradas, chega ao Alasca e encontra, em cima de uma montanha, a carcaça de um ônibus velho e abandonado, que ele logo trata de batizar de "ônibus mágico": faz dele seu lar. Ali ele dorme, escreve, lê, cozinha os animais que caça e vive plenamente a busca pela sua essência. É nesse lugar que consegue atingir um contato mais íntimo com o que ele é de verdade, até que um dia decide: ok, agora estou preparado para voltar, e quem viu o filme e leu o livro (sim, também há um livro) conhece o desfecho.

Esqueça-se o desfecho.

Fixemos nossa atenção no ônibus mágico que cada um traz dentro de si, ainda. Ao menos aqueles que não perderam o idealismo, o romantismo e a porra-louquice da juventude. Eu conservo o meu "ônibus" e estou certa de que você tem o seu. Porque, francamente, tem hora que cansa viver rodeado de arranha-céus, com trânsito congestionado, com pessoas óbvias, com conversas inúteis e estando tão distante de mares, lagos e montanhas. Todo dia a gente perde um pouquinho da nossa identidade por causa de medos padronizados e cobranças coletivas. Antes de descobrir qual é a nossa turma - seja a turma dos bem-sucedidos, dos descolados, dos espertos - é bom estar agarrado ao que nos define, e isso a gente só vai descobrir se estiver em contato com nossos sentimentos mais primitivos. Não é preciso ir ao Alasca, não é preciso radicalizar, mas manter-se fiel à nossa verdade já é meio caminho andado.



6 comentários:

  1. Bom, eu não vi o filme aina, mas o texto da Martha é muito bom. Se o filme for pelo mesmo caminho, maravilha! Na verdade, sou suspeita a falar afinal sou leitora assídua da Martha, recomendo a todos, Doidas e Santas é uma ótima companhia...

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  2. Obrigado, amigo, por me indicar o filmo into the wild.
    Assisti neste final de semana.Amei!!!Me apaixonei pelo personagem do Alex Supertramp.O melhor que assisti ultimamente.
    Trilha sonora muito 10, se bem que adoro o Pearl Jam.
    Thanks!!
    Quando tiver outra indicação, estou na espera.
    Bjs

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  3. Martha Medeiros para mim
    mostrar detalhes 27 jul

    Oi, Marcelo!
    Muito legal teu blog, parabéns! Gosto tanto do “Na natureza selvagem” que comprei o filme
    pra rever quantas vezes quiser. Obrigada pela gentileza do teu e-mail, um beijo,
    Martha

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  4. Eddie Vedder, precisa dizer mais? precisa... o filme é maravilhoso, assisti inumeras vezes... ri, chorei, revoltei e encontrei a paz... assistti tb com meus filhos, pois acho que é uma lição para levarmos para a vida toda! Como boa mulher e mãe desejei um final diferente, mas... é tudo isso que faz a vida tão bela e intensa! um grande abraço

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  5. mto bom o texto da Martha!

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  6. Peguei para ver esse filme por causa de Eddie Vedder eu com um fã nato do PearlJam soube da trilha sonora e fui atrás deste filme mais qndo eu vi aquela historia o jeito em q ele leva a vida é sensacional ou levava peguei para ler o livro e tudo mais esse filme é mais q sensaciolnal tbm recomendo!!!

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